quinta-feira, 19 de abril de 2012

Quebrantamento

“É duvidoso que Deus possa abençoar muito um homem sem tê-lo ferido profundamente”. A. W. Tozer
 Como resultado deste confronto, Davi escreveu o salmo 51, um salmo de profundo arrependimento e quebrantamento, e mediante alguns versículos deste salmo que busco compreender o significado do quebranta mento. Vejamos:  “Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos.
 Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” “(Sl. 51.16,17).
Primeiro - Davi entendeu que, para os pecados que ele havia cometido (adultério e homicídio), não havia sacrifício que pudesse ser oferecido a Deus como reparação. É preciso deixar bem claro que Davi não era contra sacrifícios, entretanto, ele sabia que na Lei não havia sacrifício para o seu tipo de pecado. Quando alguém cometia adultério e homicídio, a pena era o apedrejamento, por isso não adiantava oferecer sacrifício algum.
Segundo - Davi entendeu que só existia um tipo de “sacrifício” que poderia ser oferecido a Deus como única solução para o seu pecado, “os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado”. Por quê? Porque a palavra quebrantado no hebraico significa destruído, mutilado e aleijado, ou seja, alguém que é incapaz de oferecer qualquer coisa a Deus. Davi aprendeu uma das maiores verdades sobre o relacionamento do homem com Deus: Deus não despreza as mãos vazias de um mendigo clamando por misericórdia, esta é a oferta que Deus tem prazer em receber. É um paradoxo: Deus só recebe a oferta, quando entendemos que não temos nada para oferecer a Ele.
Terceiro - Davi aprendeu que o quebrantamento não poderia ser apenas uma ideia filosófica. O quebrantamento é algo que deve acontecer no coração. O coração para o hebreu era usado como metáfora para todo o ser do homem, mente, emoções e volições. Ao dizer que: “um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”, Davi compreendeu que o quebrantamento deveria ser algo radical, que afetasse toda estrutura humana.
Termino com uma pergunta: Por que Deus não rejeita um coração quebrantado? Porque é algo que Ele mesmo produz no homem. O quebrantamento não é inerente ao homem, não é algo que somos capazes de produzir. Deus não recebe nada que ele mesmo não produza. E se não fosse assim, nos orgulharíamos do nosso próprio quebrantamento, pois como alguém já disse: “o orgulho é o pior dos pecados, pois se alimenta de qualquer coisa”, mas, como bem sabemos, Deus não divide a sua glória com ninguém. “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp. 2.13).
Refletindo nas palavras de A. W. Tozer, quando disse para termos “cuidado com qualquer líder cristão que não ande como um coxo”; concluo que precisamos estudar a doutrina do quebrantamento com mais afinco, pois em nossos dias há uma busca insaciável por prestígio, por poder, por títulos. Carecemos de homens e mulheres, que se dizem cristãos, que passem pelo vau de Jaboque e sejam realmente tocados, e assim, quebrantados por Deus.
Fernando Henrique de Mattos Souza
Igreja Batista no Jd. Marambá

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